Claro que ninguém pense que a (mo)vida num país de (cada vez menos) ditadura é aborrecida e sem animação. Sobretudo se há Portugueses por perto.
A (mo)vida é diversificada e com muitos pontos de atracção. Desde logo por decorrer, seja onde for, em contexto Banpo, o que desde logo multiplica a qualidade da coisa.
As muralhas da Banpo Village não são intransponíveis. Temos tido visitas aqui na aldeia. Sempre que alguém pede abrigo, Banpo escancara os altos portões. E então é ver as expressões de espanto e assombro, pela vida que Pequim dá a Banpo e pela outra que Banpo dá a Pequim.
Quando Banpo sai à noite, Pequim torna-se Banpo. Os romanos apercebem-se rapidamente que os gauleses saíram à rua. As suas sonoras e despreocupadas gargalhadas ecoam nas esquinas rectas da cidade escura e os indígenas agacham-se de receio à janela, espreitando curiosos a falange que passa.
Os hóspedes da Village seguem a marcha, confiantes no bom resultado da investida e na bravura dos Banpos.
Os raids têm tido como objectivo mais que um local de depravação nocturna, mas existe um em especial que começa a ficar francamente marcado pela ferocidade das hordas Banpoanas. Outra coisa não poderia acontecer a um local de nome "Latino's". Quando os exércitos de libertação entram nesse antro de suor e de cores tropicais, as paredes tremem, os cães uivam, as mães escondem os filhos. A pilhagem é completa. Beber, rir, dançar, rir, beber, cair, rir, sorrir, dançar, falar e falar. Uns com os outros, uns pelos outros, uns dos outros. Todos com todos.
Inquietos, sempre, e ainda munidos de rambóia e deboche que chegariam para três Latino's, nunca se dão por satisfeitos na sua ânsia incontrolável de diversão, gastando parte do resto das energias em mais um ou dois antros, normalmente piores, muito piores, ou piores ainda.
Mas isso não interessa. É Banpo que está na rua.
2 comentários:
La Movida é o que nós quisermos...é o céu, é o inferno, é o epdérmico de nos sentirmos uma Banpo Village, que se entranha na pele, que se sente no coração, que se vive intensamente, porque sem loucura e calor não vale a pena viver.
Blitzkrieg à la moda da Baixa da Banheira...
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