A Língua Portuguesa é reconhecidamente uma das mais ricas, tanto do ponto de vista da gramática, como da própria profusão de vocábulos. Trocando por miúdos, é complicada como o caraças, tem para cima de muitas palavras e é conhecida por isso.
Aquilo que a enriquece ainda mais é a sua apetência a incorporar novas palavras, nomeadamente os denominados estrangeirismos. Hoje em dia, é sabido, somos bombardeados por novos termos sobretudo vindos da língua inglesa.
Pessoalmente não defendo a corrente que propõe a alteração desses termos estrangeiros de modo a aportuguesá-los. Penso que eles devem ser mantidos tal como o são na língua mãe, para defender tanto essa língua como a língua adoptante. A nós parecem ridículas algumas adaptações manhosas que o Brasil fez de algumas palavras inglesas, como o esporte, o checar e tantas outras mais. Dizer "email" é mais claro e simples que dizer "correio electrónico". A nossa língua não sofre qualquer prejuízo por adoptar a palavra email e todos ficam contentes.
Posto isto, venho propor a introdução na Língua Portuguesa de um estrangeirismo, desta vez, com origem no chinês, sem adaptações que desvirtuem aquilo que é um significado único e que mais palavra alguma consegue conter.
Banpo.
Banpo (que por si só já viola a regra do m antes dos p e dos b, mas eu não gosto de adaptações) foi o nome dado a uma aldeia neolítica, datada de há seis mil anos atrás e que, segundo os investigadores, é das primeiras comunidades humanas sedentárias de que há registo. A reforçar o valor histórico do achamento, vem o facto de a aldeia ter sido encontrada num excelente estado de preservação e de se encontrar numa zona do mundo, a China, que ainda hoje tem vestígios da cultura diametralmente oposta – a nómada.
Banpo é a primeira comunidade, relance original de todas as outras que se seguiram. Onde todos são diferentes, onde todos têm proveniências e histórias de vida diversas, onde uns são assim e outros são assado. Mas onde todos (con)vivem, partilhando um objectivo comum.
Mas essa banpo não expressa qualquer novidade. A novidade é uma versão específica da palavra.
Banpo é a comunidade de existência forçada onde porém os afectos são inesperadamente espontâneos e intensos. Os americanos chamar-lhe-iam one big happy family, mas é insuficiente. A TVI chamar-lhe-ia efeito Big Brother, mas tal mancha e desvaloriza o carácter bonito e simples da palavra. Porque esta traduz mais um processo dinâmico e evolutivo do que um estado. Banpo é o fenómeno do estabelecimento invulgarmente rápido e intenso de ligações afectivas entre quase desconhecidos, em situações de isolamento ou noutras que de algum modo alteram a normalidade emocional dos sujeitos. Onde as principais bases de sustentação do equilíbrio emocional, nas quais se busca a alimentação quotidiana para a alma, nas quais se busca a gargalhada mais cristalina e saída do fundo do coração, o sorriso mais tranquilo e sincero ou o ombro mais confortável onde repousar, se transferem para aqueles com quem experimentamos essas ditas situações.
Como posso tentar racionalizar o irracionalizável?
Banpo somos nós, os nove, ou dez, hã João? Enfim, estou a fazer amigos. Quem diria?
Aquilo que a enriquece ainda mais é a sua apetência a incorporar novas palavras, nomeadamente os denominados estrangeirismos. Hoje em dia, é sabido, somos bombardeados por novos termos sobretudo vindos da língua inglesa.
Pessoalmente não defendo a corrente que propõe a alteração desses termos estrangeiros de modo a aportuguesá-los. Penso que eles devem ser mantidos tal como o são na língua mãe, para defender tanto essa língua como a língua adoptante. A nós parecem ridículas algumas adaptações manhosas que o Brasil fez de algumas palavras inglesas, como o esporte, o checar e tantas outras mais. Dizer "email" é mais claro e simples que dizer "correio electrónico". A nossa língua não sofre qualquer prejuízo por adoptar a palavra email e todos ficam contentes.
Posto isto, venho propor a introdução na Língua Portuguesa de um estrangeirismo, desta vez, com origem no chinês, sem adaptações que desvirtuem aquilo que é um significado único e que mais palavra alguma consegue conter.
Banpo.
Banpo (que por si só já viola a regra do m antes dos p e dos b, mas eu não gosto de adaptações) foi o nome dado a uma aldeia neolítica, datada de há seis mil anos atrás e que, segundo os investigadores, é das primeiras comunidades humanas sedentárias de que há registo. A reforçar o valor histórico do achamento, vem o facto de a aldeia ter sido encontrada num excelente estado de preservação e de se encontrar numa zona do mundo, a China, que ainda hoje tem vestígios da cultura diametralmente oposta – a nómada.
Banpo é a primeira comunidade, relance original de todas as outras que se seguiram. Onde todos são diferentes, onde todos têm proveniências e histórias de vida diversas, onde uns são assim e outros são assado. Mas onde todos (con)vivem, partilhando um objectivo comum.
Mas essa banpo não expressa qualquer novidade. A novidade é uma versão específica da palavra.
Banpo é a comunidade de existência forçada onde porém os afectos são inesperadamente espontâneos e intensos. Os americanos chamar-lhe-iam one big happy family, mas é insuficiente. A TVI chamar-lhe-ia efeito Big Brother, mas tal mancha e desvaloriza o carácter bonito e simples da palavra. Porque esta traduz mais um processo dinâmico e evolutivo do que um estado. Banpo é o fenómeno do estabelecimento invulgarmente rápido e intenso de ligações afectivas entre quase desconhecidos, em situações de isolamento ou noutras que de algum modo alteram a normalidade emocional dos sujeitos. Onde as principais bases de sustentação do equilíbrio emocional, nas quais se busca a alimentação quotidiana para a alma, nas quais se busca a gargalhada mais cristalina e saída do fundo do coração, o sorriso mais tranquilo e sincero ou o ombro mais confortável onde repousar, se transferem para aqueles com quem experimentamos essas ditas situações.
Como posso tentar racionalizar o irracionalizável?
Banpo somos nós, os nove, ou dez, hã João? Enfim, estou a fazer amigos. Quem diria?
4 comentários:
snif snif! passa para cá esses ossos!
Gambei! :)
10 claro... espero ser um banpo... se não for já já... que pelo menos o seja em breve.
joao
Nós por cá também continuamos a banpear em grande... Cada vez mais e melhor... O tema do momento é a filha ilegitima do Mantorras... Queres melhor ou queres com molho de francesinha?
Banpo é o que acontece nas sessões nacionais do parlamento europeu dos jovens. Sei tão bem o que queres dizer!... E fico muito feliz por saber que tas bem. Pelo menos no que ao Banpo diz respeito... :)
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