Os Mundos e a Porta

Os Mundos e a Porta

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Dez Mil Quinhentos e Sessenta e Quatro


São quantos dias vivi até hoje no dia em que cumpro vinte e nove anos de idade que não é carne nem é peixe, é fazer quase trinta que é o que toda a gente vai pensar durante este ano que se segue quando responder a quem pergunta a minha idade. Ninguém tem vinte e nove. Tem quase trinta.

Neste que é o primeiro aniversário passado longe das caras que sempre fizeram parte dele.
Lembro-me de lanchinhos preparados pela minha Mãe, os meus amiguinhos da escola a comer freneticamente rissóis e fatias de bolo enquanto faziam mira aos transeuntes com os caroços de azeitona que devoravam mais para atirar caroços do que propriamente para comer a azeitona.

Lembro-me de saídas à noite, dos copos, lembro-me de por vezes ter de forçar uma boa-disposição que não existia, porque no nosso dia de anos temos de estar sempre felizes, não sei bem porquê, mas é assim, senão todos ficam desiludidos ou então preocupados porque algo de muito grave se passa.

Lembro-me do Sol, sempre presente no meu aniversário, do calor bom da nossa terra, da vontade que dá ir para a praia e estar lá a espreguiçar a sorte de fazer anos entre gelados, banhos de mar, sereias e sestas... ou então de estar na montanha com aquele ar puro e as cores tão vivas de verde e azul, entre caruma, água fria da rocha e sons da terra que só se ouvem lá...

Lembro-me sempre dos que já cá não estão. Não é por sofrer de qualquer desvio necrófilo. Mas lembro-me sobretudo daqueles que cumpririam a minha idade se uma triste piada do destino não os tivesse roubado de nós tão prematuramente. E sinto-me meio feliz meio envergonhado sem saber bem como e a achar que já posso dar-me por satisfeito por ter feito mais um e ter chegado até aqui.

Estou profundamente agradecido por todas as graças que Deus me deu durante estes anos e quando penso bem no quanto Ele me deu, sinto-me pequeno e desmerecedor de tantas e tantas coisas boas que me fizeram rir e chorar, sonhar e acordar, cair e levantar. Sinto cada dia como se fosse o primeiro e tudo o que quero é viver cada vez mais, experimentar e conhecer. Mas já sou plenamente feliz com aquilo que tive e que tenho, nestes dez mil e tal dias que vivi, que já são tantos, que nem dá para imaginar.

Nem pareço eu a falar, mas é mesmo assim que penso.

Um dia feliz para todos vós que fazem a minha vida feliz!

3 comentários:

Ana Afonso disse...

Lembramo-nos de ti mais do que possas imaginar!...

Cá te esperamos para comemorar. Após dez mil quinhentos e sessenta e quatro dias, não serão mais uns diazitos que farão qualquer diferença! ;) Com a vantagem de poder ser num dia genuinamente FELIZ!

Muitos parabéns, pré-trintão!
E muitos beijinhos...

catiazzz disse...

Aquele abraço apertado...
:*

Anónimo disse...

Mandei um sms... mas nao sei se chegou ai... de qq forma... parabens.