Os Mundos e a Porta

Os Mundos e a Porta

quarta-feira, 16 de maio de 2007

O Panda ou o Cabo do Medo

Quando alguém vê, fala ou lê algo sobre o panda, a associação a uma ideia de ingenuidade, de candura e de "coisinha fofa" é normalmente imediata. Pode dizer-se até que se trata de uma daquelas verdades axiomáticas, indiscutíveis. Panda é puro, panda é doce, panda é fofo, se eu tivesse filhos, podia deixá-los com um panda que ficaria descansado(a). Quase como o Pai Natal, antes de deixar de o ser.

A desconstrução das verdades mais belas trazidas da infância faz parte do processo normal de crescimento intelectual e emocional. O chamado choque com a vida real. Albarran diria "o horror". O horror de saber que afinal o Pai Natal não existe, que a Branca de Neve era promíscua, que o Carlos Cruz não gosta só de botas ou que o José Sócrates não é engenheiro.

O panda não é um Pequeno Pónei. O panda é um depravado, cuja fama de desinteressado é só isso mesmo - fama. Na verdade, estamos a falar de um perigoso predador sexual, que a coberto da noite e dos recantos sombrios, ataca despudoradamente qualquer ser incauto que por ali tenha o azar de passar. Azar ou sorte. Pois há quem diga que é sorte.

Assimilar o espírito panda é também uma expressão do esforço de todos os que percorreram os tortuosos caminhos de Sichuan. Onde as verdades podem tornar-se mentiras, as certezas dúvidas e as questões respostas. Panda. Acordem para a realidade. Todos temos um panda dentro de nós, à espera de uma oportunidade.

Depois desta semana, posso afirmar: Wo shi xiong mao.

1 comentário:

catiazzz disse...

Se te esmerares um bocadinho mais nos detalhes, acho que sai qualquer coisa tipo... "a minha vida dava um filme chines"

e o abominável Homem das Neves??? como pudeste não o referir???

Que diriam os Gato Fedorento...?!
:P

quero saber mais desse panda...